SOBRE NÓS
O Teatro Gil Vicente é um teatro em Cascais. Batizado em homenagem ao dramaturgo Português, Gil Vicente.
O teatro foi inaugurado em 1869.

HISTÓRIA DO TEATRO GIL VICENTE
ESTREIA DE ANTÓNIO FEIO COMO ATOR
A sua estreia em palco, no Teatro Gil Vicente, em Cascais, aconteceu no dia 20 de Fevereiro de 1966, precisamente há 54 anos, na peça de Ricardo Alberty “A pastorinha e o comboio”, numa encenação de Glicínia Quartin, com o seguinte elenco: António Feio, António Rama, António Toppa, Carmen Gonzalez, Delfim Braz, Fernando Telles, Manuel Cavaco, Maria do Céu Guerra, Margarida Fragoso, Santos Manuel e Zita Duarte.
Aquele jovem extremamente bem educado, inteligente e bonito acompanhava diariamente a sua mãe, a actriz Ester Feio, aos ensaios de “A casa de Bernarda Alba”, de Lorca, que marcaria o regresso da actriz Mirita Casimiro ao teatro em Portugal, depois de dez anos no Brasil.
Só cerca de um ano depois, o jovem se estrearia com enorme êxito na peça “Mar”, de Miguel Torga, com encenação de Carlos Avilez e um cenário deslumbrante de mestre Almada Negreiros.
INÍCIO DO TEATRO EXPERIMENTAL DE CASCAIS
É neste “Teatro Gil Vicente” que Carlos Avilez inicia, em 1965, a actividade do “Teatro Experimental de Cascais” (TEC), onde se manteve na direcção da companhia até 1977. Estreia-se com a peça de António José da Silva (O Judeu), “Esopaida ou Vida de Esopo”. Importa ter presente que as versões/encenações de Carlos Avilez no TEC assumiram sempre uma expressão de modernidade, mesmo quando se trata de autores clássicos ou românticos, nacionais ou estrangeiros, como: Gil Vicente, António José da Silva, António Ribeiro Chiado, André Brun, Paço d’Arcos, Bernardo Santareno, Alice Vieira, Norberto Ávila, Shakespeare, Frederico Garcia Lorca, etc.
CONTRATO DE TRANSMISSÃO DE CINEMA NO TGV
Em 1952, têm lugar obras de remodelação e adaptação do “Theatro Gil Vicente” a Cinema, com a colocação de uma cabina de projecção na 1ª Ordem.
A 15 de Outubro de 1953 foi o teatro explorado pela Sociedade Costa do Sol Filmes, Lda. para exibição de cinema, pela renda anula de 41.000$00. Após vistoria da Inspecção Geral dos Espectáculos, no início de 1953, esta conclui que poderão ser permitidas exibições teatrais e cinematográficas depois de executadas várias modificações, tais como: colocar corrimões nos dois lados de todas as escadas de acesso ao público; colocar letreiros indicativos da saída e do destino das diversas dependências; dotar a plateia com a coxia circundante, com a largura regulamentada; dar aos assentos das cadeiras da plateia e balcão as dimensões regulamentares; dotar o teatro de iluminação suplementar; fixar a lotação em 350 lugares, para teatro, e em 356 lugares, para cinema. Mesmo sem as obras efectuadas, o ”Teatro Gil Vicente” reabriria em 26 de Janeiro de 1953, com a reposição da opereta “Senhora dos Navegantes”. Em 1959 era-lhe retirada a licença de utilização permanente por falta de condições de segurança. A licença viria a ser concedida de novo em 1962, depois de efectuadas as obras exigidas em 1953.
ASSINATURA DA ESCRITURA DE COMPRA DO TGV
No dia 4 de Junho de 1942 foi assinada a escritura de compra do “Teatro Gil Vicente”, ficando como sede própria da AHBVC depois de um pleito que durou 13 anos. Intervieram como outorgantes Dr. Francisco Honorato da Costa Ramos, Presidente da Direcção da Associação e o Dr. Luís Forcada, como procurador do vendedor. À tarde, na janela do edifício, foi içada a bandeira da Associação, queimando-se de seguida centenas de morteiros e foguetes em sinal de regozijo.
FRANCISCO DEL POSO Y PESTRANA DONO DO TGV
Em 1941 o “Theatro Gil Vicente” era propriedade de Francisco del Poso y Pastrana. No dia 2 de Junho de 1942 o Dr. Manuel Ribeiro e o Dr. Ricardo do Espírito Santo Silva puseram à disposição da “Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cascais” a importância de 20 mil escudos, destinada à aquisição do “Teatro Gil Vicente”, no seguintes moldes: Dois mil escudos oferecidos pelo Dr. Manuel Ribeiro Espírito Santo Silva. Dois mil escudos como oferta do “Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa”; Seis mil escudos oferecidos pelo Dr. Ricardo do Espírito Santo Silva e os restantes dez mil escudos emprestados sem juro e sem prazo para o seu pagamento. No ano seguinte resolvem oferecer este débito à AHBVC
NOVO GRUPO DE TEATRO DA ASSOCIAÇÃO
20 de Fevereiro reaparece, após alguns anos de ausência, um novo grupo de teatro da Associação, com um belo programa e uma sala repleta de espectadores, que aplaudiram de pé a apresentação.
Programa:
1ª parte – Sinfonia pela Orquestra da Associação, sob a regência do seu exímio chefe, Sr. Gustavo Pereira de Lacerda. O grupo de teatro apresenta a comédia “Os Sargentos da Revolta”.
2ª parte – Nova peça do grupo “O Marido da Minha Mulher”
3ª parte – Nova peça “Casa com Escritos”
Elenco:
D. Alda Silva, D. Deolinda Gomes, D. Fernanda Aquino, D. Jesuína Aquino, Antóno Lemos Pereira, João Cabeça, Luís Barros, Manuel Florindo, Porfírio dos Santos e Raul Graça.
ESTREIA DE UMA REVISTA
Pelo “Theatro Gil Vicente”, passaram as maiores figuras do teatro de então, como: Vale, Beatriz Rente, Mercedes Blasco, Pereira da Silva, etc. Ao mesmo tempo, que acolhia récitas de amadores, animadas até pelo Rei D. Luís I, que era espectador habitual.
Em 1915, um facto pouco conhecido: a estreia de uma revista composta e cantada pelo então jovem Pedro de Freitas Branco (1896-1963) que se viria destacar na música portuguesa como maestro.
TEATRO ADQUIRIDO PELOS CONDES DE GUIMARÃES
Depois da morte do seu primeiro proprietário, Manoel Rodrigues de Lima, o “Theatro Gil Vicente” foi adquirido em hasta pública pelos Condes de Magalhães, que por falecimento destes seria herdado pela Marqueza de Lierta, que, e segundo Souza Bastos, era a proprietária em 1909.
«E’ n’este theatro presentemente a sede da “Associação Humanitaria Recreativa Cascaense” com 4 secções: bombeiros voluntarios, phylarmonica, grupo dramatico e socios contribuintes. O theatro aluga-se com iluminação musica, porteiros, policia, bombeiros e pessoal do movimento do palco por uma percentagem sobre a receita bruta, de 10 a 25% conforme a qualidade do espectaculo e os preços, mas nunca podendo receber menos de 20$000 réis, que devem ser garantidos por deposito no acto do aluguer. Não fornecendo musica, o aluguer nunca será mais de 20%.
(…) Tem o theatro uma friza para a auctoridade, outra para a direcção da sociedade arrendataria e 10 para alugar; na 1ª ordem o camarote da proprietaria, a tribuna real e mais 14 para alugar; 14 camarotes de 2ª ordem, 140 cadeiras e 12 logares de galeria.»
RECITA DE CARIDADE
ARRENDAMENTO DO TEATRO À ASSOCIAÇÃO
Por proposta da coletividade ao proprietário do Teatro Gil Vicente, foi o mesmo arrendado por um preço simbólico, começando logo a banda de música a ensaiar nesse amplo espaço, fixando-se também a sede com sala para a direção, salão de jogos e bar. Pensaram criar um grupo de teatro e convidaram o Padre José Maria Loureiro para ensaiar o futuro grupo, ao que este acedeu.
CASCAIS TORNA-SE ESTÂNCIA DE VERANEIO
Foi também a inauguração do “Theatro Gil Vicente”, com toda a animação que a envolveu, que motivou o Rei D. Luís I e a Corte Portuguesa, a escolherem Cascais como estância de veraneio a partir de 1870, tendo a Família Real assistido, de forma reiterada, a várias peças de teatro e inúmeros eventos culturais nas cadeiras deste novo espaço de entretenimento.
INAUGURAÇÃO DO TEATRO GIL VICENTE
O “Theatro Gil Vicente”, localizado em Cascais e propriedade de Manoel Rodrigues de Lima, foi inaugurado em 15 de Agosto de 1869.
Estreou com o drama “Ermitão da Cabana” e a comédia “Matheus o Braço de Ferro”, interpretada por um grupo que faziam parte da extinta “Sociedade Recreativa Cascaense”, fundada em 1844. O cenário (das peças da estreia) consta de três salas ricas, uma pobre, jardim, praça e mar, deve ser magnífico, pois foi ainda pintado por Rambois e Cinatti.
Logo nesse mesmo ano, depois de os jornalistas lisboetas noticiarem a inauguração de um “teatro de luxo na vila de Cascais”, os cerca de 500 lugares da sala de espectáculos esgotaram várias vezes.
Terá sido também a partir da construção do Teatro Gil Vicente, que se criaram em Cascais numerosos grupos, colectividades, associações e academias, que alteram por completo a vivência social e cultural do velho burgo. O teatro de amadores, ainda hoje recordado com nostalgia por ter marcado de forma perene a História de Cascais, desenvolveu-se sempre em torno deste espaço.
PRÉMIO MELHOR ATOR AMADOR
José Luís Cardoso vence o prémio de melhor interpretação masculina no Festival de Teatro Amador de Lisboa, com a peça “Bisbilhoteira”.